I wanted to be a writer, that's all. I wanted to write about it all. Everything that happens in a moment. The way the flowers looked when you carried them in your arms. This towel, how it smells, how it feels, this thread. All our feelings, yours and mine. The history of it, who we once were. Everything in the world. Everything all mixed up, like it's all mixed up now. And I failed. I failed. No matter what you start with it ends up being so much less. Sheer fucking pride and stupidity.

Oh we wanted everything, don't we?

[Richard Brown - The Hours]

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Gigantes.

Era uma vez um mundo pequeno, cheio de pessoas pequenas, todas de vista curta, que não enxergam muito bem além de seus pequenos mundos. Era uma vez um mundo cheio de pessoas com medo, medo do desconhecido, medo de mudança, medo de viver, medo da diferença, medo da liberdade, medo das palavras, medo dos sentimentos. E eu que nunca entendi este tal 'medo do desconhecido', estava presa neste mundo que não era meu, adoecendo. Aos poucos deixei de ver o horizonte e, sem saída, me acostumei com aquela vidinha limitada. Era como Babel, como usar palavras desconexas, cada ato era condenado. Fui atrofiando minhas ideias e amputando meus sentimentos exagerados.


Até que um dia reconheci você, reconheci como não tinha reconhecido antes, desta vez eu sabia que você estava ali por um motivo maior que este mundo pequeno, maior que a vida, maior que a nossa visão mal acostumada a ver tão pouco. No principio tivemos que cerrar os olhos para aguentar, pois a escuridão era confortável, mas seguimos em frente sem medo de enfrentar a luz. E sem tirar os pés do chão encontramos um mundo novo, de beleza infinita. Quando conseguimos desviar os olhos um do outro, nos descobrimos elevados, protegidos por um circulo de força, tão maleável quanto nossa sede infinita, tão transparente quanto nós, tão leve quanto o ar.


E assim, finalmente, voltamos a enxergar o horizonte, longe, indecifrável, indefinível. Preenchendo-nos de felicidade e possibilidades. É como ter nas mãos um quebra cabeça infinito. Serei feliz se puder passar o resto dos meus dias desvendando cada um de seus mistérios. E o mais fascinante é que sempre haverá mais, pois não somos estáticos, não somos distantes. Somos gigantes.