I wanted to be a writer, that's all. I wanted to write about it all. Everything that happens in a moment. The way the flowers looked when you carried them in your arms. This towel, how it smells, how it feels, this thread. All our feelings, yours and mine. The history of it, who we once were. Everything in the world. Everything all mixed up, like it's all mixed up now. And I failed. I failed. No matter what you start with it ends up being so much less. Sheer fucking pride and stupidity.

Oh we wanted everything, don't we?

[Richard Brown - The Hours]

domingo, 24 de julho de 2011

Desenhos.

Eu sou fora de moda e pretendo continuar assim. Não há como me fazer seguir protocolos e regras, não é meu estilo. Por mim eu apenas seguiria o fluxo, sem determinações de qualquer natureza. Mas não é possível viver como uma folha em branco por muito tempo, os gostos vão se desenhando quase que involuntariamente e vamos nos definindo, sem perceber exatamente como isso aconteceu. Um dia eu acordei e percebi que meu maior desejo era encontrar o amor da minha vida, a pessoa que seria o motivo da minha existência, a quem eu poderia amar incondicionalmente e dedicar todo o amor que sempre tive guardado! O problema é que isso aconteceu muito cedo, ser uma folha em branco era muito mais fácil do que saber disso, mas o conhecimento não tem como ser apagado. Para fugir desta descoberta abri uma segunda folha e por um tempo segui alguns desenhos errados, nem tenho certeza se eram meus. Fui parar em uma vida que não era minha, vivendo ideias alheias. Até que finalmente encontrei meu primeiro e maior desenho, encontrei minha razão, encontrei meu amor. E com isso muitos outros desenhos foram se formando na folha original, desenhos maiores, desejos mais fortes, voltei a me sentir única. E a cada desenho conquistado uma figura maior começa a se definir. São sentimentos tão independentes que rascunhos rapidamente se formam e a partir disso não me contento com nada menos que o máximo. Aspirações tão grandes que às vezes me corroem, outras me incentivam. E de repente a dedicação daqueles anos na em uma folha estranha não tem mais sentido. Agora quero voltar a correr atrás dos meus sonhos antigos e originais, seguir meus ideais de vida, mas pra isso muitos desenhos terão de ser apagados. A questão é: de onde vou tirar coragem pra tudo isso sem ter que começar uma nova folha em branco?! Ser fiel a meus próprios desejos é mais difícil das tarefas que já me dispus a cumprir, mas não há outro caminho a seguir. O preço é alto, mas a recompensa é maior. Nada menos que o máximo, é assim que tem que ser, é assim que deveria ter sido, acredito que não seja tarde para começar.

sábado, 23 de julho de 2011

Bom dia meu amor!

Como sobreviver sentindo demais? Amando, sofrendo e enlouquecendo demais. Longos dias, longos além do que posso agüentar, me arrasto, entranho-me em pensamentos inúteis e fúteis para tentar passar despercebido. Porque a existência perde todo seu sentido depois do amor? Brigar, amar e brigar, destratar sem querer. Perder o controle e descontar o ódio de não te ter. Onde é que fui parar? Onde está minha razão que não me pertence mais?! Morrer seria fácil, bravos são os que resistem. A mais pura prova de amor é aguentar ser o pó que se transformará em ouro, é acreditar no futuro. Sonhar em acordar com as palavras mais simples que salvarão minha vida. Palavras que me fazem continuar de pé, me arrastam até o momento em que poderei ouvi-las todos os dias, palavras não pensadas, simplesmente sussurradas em um gesto corriqueiro com o corpo ainda dominado pelo sono, as palavras mais lindas em sua voz grave: Bom dia meu amor! É disso que eu preciso, acordar nos seu braços pelo resto da minha vida. E assim estarei salva, longe desses desesperos e pesadelos, longe do terror e insanidade que me cercam, longe dos perigos do mundo. Elevados e seguros, por um simples ‘bom dia’.